Agostinho Zhao Rong
e 119 Companheiros
Mártires da China
Bem-aventurados
1630-1930
A Igreja Católica levou a luz do Evangelho ao povo chinês a
partir do século V. No seguinte, já existia a primeira igreja católica e a
primeira sede episcopal, na cidade de Beijin. A adaptação da liturgia católica
foi possível porque o cristianismo era visto, naquele período, como uma
realidade que enriquecia e não se opunha aos mais altos valores das tradições
do povo chinês. Para o qual o sentimento de natural religiosidade é uma das
características mais profundas da história de sua nação, em todos os séculos.
A Igreja Católica deu um novo impulso na
evangelização da China após a divulgação de vários decretos imperiais, os quais
concediam liberdade religiosa para todos os súditos e autorizavam os
missionários a evangelizar em seus vastos domínios. Mas a questão dos
"rituais católicos chineses" começou a irritar o imperador, que,
influenciado pela perseguição aos cristãos no Japão, resolveu promover a sua
também.
No início, a perseguição ocorreu disfarçada e
veladamente. Os massacres sangrentos dos cristãos só começaram em 1648. Na
época, todos os decretos foram cancelados e as execuções autorizadas, apenas os
que renegassem a fé seriam poupados. Do século XVII até a metade do século XIX,
muitos missionários e fiéis leigos foram mortos, inclusive monsenhor João
Gabriel Taurin Dufresse, das Missões Exteriores de Paris, e que depois também
foi beatificado.
Agostinho Zhao Rong foi um soldado chinês que
escoltou monsenhor Dufresse até a cidade de Beijin e o acompanhou até sua
execução por decapitação. Ele ficou muito impressionado com a serenidade e a
força espiritual de Dufresse, que, apesar de torturado, não renegou a fé em
Cristo. Foi assim que Agostinho se viu tocado pela luz da fé e rogou para que
Dufresse o convertesse. Depois, foi batizado e enviado ao seminário, de onde
saiu ordenado sacerdote diocesano. Quando foi reconhecido como cristão, ele
também sofreu terríveis suplícios carnais antes de morrer decapitado, em 1815.
Entretanto, jamais renegou sua fé em Cristo.
No início de 1900, ocorreu a revolução comunista
chinesa, provocada por motivos políticos reprimidos há anos, com novas ondas de
perseguições aos cristãos. Porém o motivo foi exclusivamente religioso, como
comprovaram os documentos históricos. Desde então, uma sangrenta exterminação aconteceu,
matando um número infindável de catequistas leigos, chineses convertidos,
sacerdotes chineses e igrejas. Todos os nomes não puderam ser localizados,
porque a destruição e os incêndios continuaram ao longo do novo regime político
chinês. A última execução em massa de cristãos na China, de que se tem notícia,
aconteceu em 25 de fevereiro de 1930.
No ano do Jubileu de 2000, o papa João Paulo II
proclamou bem-aventurados Agostinho Zhao Rong e 119 companheiros mártires da
China. Eles passarão a ser venerados e homenageados no dia 9 de julho, pois
constituem um exemplo de coragem e de coerência para todos cristãos do mundo.
FONTE: Paulinas em 2014
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