segunda-feira, 18 de julho de 2016

São Bento de Nórcia - 11 de Julho





Abade vem de “Abbá”, que significa pai, e isto o santo de hoje bem soube ser do monaquismo ocidental. São Bento nasceu em Núrcia, próximo de Roma, em 480, numa nobre família que o enviou para estudar na Cidade Eterna, no período de decadência do Império.
Diante da decadência – também moral e espiritual – o jovem Bento abandonou todos os projetos humanos para se retirar nas montanhas da Úmbria, onde dedicou-se à vida de oração, meditação e aos diversos exercícios para a santidade. Depois de três anos numa retirada gruta, passou a atrair outros que se tornaram discípulos de Cristo pelos passos traçados por ele, que buscou nas Regras de São Pacômio e de São Basílio uma maneira ocidental e romana de vida monástica. Foi assim que nasceu o famoso mosteiro de Monte Cassino.

.:Reze a oração a São Bento

A Regra Beneditina, devido a sua eficácia de inspiração que formava cristãos santos por meio do seguimento dos ensinamentos de Jesus e da prática dos Mandamentos e conselhos evangélicos, logo encantou e dominou a Europa, principalmente com a máxima “Ora et labora”. Para São Bento a vida comunitária facilitaria a vivência da Regra, pois dela depende o total equilíbrio psicológico; desta maneira os inúmeros mosteiros, que enriqueceram o Cristianismo no Ocidente, tornaram-se faróis de evangelização, ciência, escolas de agricultura, entre outras, isso até mesmo depois de São Bento ter entrado no céu com 67 anos.
São Bento, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova em 2020

São Bento, vida de oração e meditação


[480 – 547]

Origens

São Bento nasceu em Núrcia, próximo de Roma, em 480, numa nobre família que o enviou para estudar na Cidade Eterna.
Por conta das invasões dos bárbaros e indignados, São Bento optou por se retirar e manter-se isolado em uma gruta, nas montanhas da Úmbria.

Vida de meditação e oração

No local, ele dedicou-se à vida de oração, meditação e aos diversos exercícios para a santidade.
Era alimentado por um outro monge que, através de um cesto erguido até o penhasco, mantinha-o munido de pão para completar a alimentação quase escassa.
Depois de três anos, passou a atrair outros que se tornaram discípulos de Cristo pelos passos traçados por ele, que buscou, nas Regras de São Pacômio e de São Basílio, uma maneira ocidental e romana de vida monástica.

Mosteiro de Monte Cassino

Aos 40 anos, Bento sai da gruta e vai para o sul de Roma a fim de fundar o que viria a ser o maior centro da vida beneditina de todos os tempos, o Mosteiro de Monte Cassino, berço da Ordem dos Beneditinos.
Ao todo, foram mais de 12 mosteiros fundados por ele ao longo da história.

Regra de São Bento

A Regra Beneditina dominou a Europa devido a sua eficácia de inspiração que formava cristãos santos por meio do seguimento dos ensinamentos de Jesus e da prática dos Mandamentos e conselhos evangélicos.
O lema principal era a máxima “Ora et labora” (Oração e trabalho), onde a oração era transformada em trabalho e o trabalho em oração, através da fé e da obediência.
Além disso, a Regra de São Bento deixava todos bem à vontade, e era aplicada e moldada de acordo com a capacidade e as limitações de cada um.

Expansão e consagração

Os mosteiros beneditinos tornaram-se centros de referência, e deles saíram vários nomes e ícones da Igreja Católica. Ao todo, foram 23 papas, 5 mil bispos e cerca de 3 mil santos canonizados.

Medalha de São Bento

A medalha de São Bento é um dos maiores símbolos e heranças deixadas por esse santo.
As primeiras medalhas foram confeccionadas dentro do Mosteiro Cassino, e como símbolo principal carregam a cruz, muito usada por Bento em diversas situações de sua vida.
Para Bento, o sinal da cruz era como um sinal de coisas boas sendo feitas, um sinal de vitória contra o mal e a morte.
Em 1742, o Papa Bento XIV aprovou o uso da medalha oficializando-a assim como um instrumento de devoção de fé, ao contrário do que muitos pensavam ser apenas um amuleto de superstição.

Páscoa

Tradicionalmente, tinha-se o falecimento de São Bento como ocorrido em 543 d.C., mas estudos cronológicos mais recentes fixam o ano de 547 d.C. para a sua passagem para a glória.
São Bento tem o título de “padroeiro da Europa”.
Foi canonizado, em 1220, pelo Papa Honório III.

Oração de entrega a São Bento:

“Ó Padre São Bento, ajuda dos que a ti recorrem, aceitai-me sob a Tua Proteção,
defendei-me dos perigos que assaltam a minha vida,
obtém-me a graça do arrependimento sincero e de uma conversão verdadeira,
para que possa reparar os pecados cometidos
e glorificar a Deus todos os dias da minha vida.

Tu que conformaste o teu coração à vontade do Senhor,
recorda-te de mim junto do Altíssimo, para que,
dando-me o perdão de todas as minhas faltas,
Ele me faça forte na prática do bem,
não permita que jamais d’Ele me separe,
receba-me nos coros dos eleitos e, juntamente contigo,
associe-me às fileiras dos santos que, atrás de ti, entraram na Beatitude Celeste.

Deus Onipotente e Eterno,
pelos méritos e exemplo de São Bento,
de Sua Irmã Santa Escolástica e de todos os Santos Monges que estão no Céu
renovai em mim o Vosso Espírito Santo,
dai-me força no combate contra as seduções do maligno,
paciência nas tribulações da vida,
prudência nos perigos.

Aumentai em mim o amor à caridade,
o ardor na obediência
e uma fidelidade humana na prática da vida cristã.
Confrontado pelo Vosso auxílio e pela caridade de todos,
possa eu vos servir com alegria e chegar vitorioso à Pátria Celeste, morada de todos os Santos.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.”

São Bento, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 11 de julho:

- Em Roma, São Pio I, papa, que, sendo irmão do famoso Hermas, autor da obra intitulada “O Pastor”, governou, como um bom pastor, a Igreja durante quinze anos. († 155)
- Em Icónio, na Licaónia, hoje Kónya, na Turquia, São Marciano, mártir, que, no tempo do governador Perénio, suportando muitos tormentos alcançou a palma do martírio. († s. III/IV)
- Em Cesareia da Mauritânia, hoje Cherchell, na Argélia, Santa Marciana, virgem, que, condenada às feras, consumou o seu martírio. († c. 303)Em Bordéus, na Aquitânia, na atual França, São Leôncio, bispo, celebrado como honra do povo e da cidade e dedicado construtor de templos, restaurador do Baptistério e silencioso benfeitor dos pobres.  († c. 570)
- Em Deer, junto ao estuário de Moray, na Escócia, São Drostano, abade, que presidiu a vários mosteiros e finalmente escolheu a vida eremítica. († s. VI f.)
- Em Disentis, na Récia Superior, atualmente na Suíça, os santos Plácido, mártir, e Sigisberto, abade; este último foi companheiro de São Columbano e fundou neste lugar o mosteiro de São Martinho, no qual foi o primeiro que coroou a vida monástica com o martírio. († s. VII)
- No mosteiro de Moyenmoutier, nos montes Vosgos, actualmente na França, Santo Hidulfo, bispo de Tréveris, que se retirou para a solidão, mas, com a afluência dos discípulos, construiu e governou um cenóbio. († 707)
- Em Córdova, na Andaluzia, região da Espanha, Santo Abúndio, presbítero, que, durante a perseguição desencadeada pelos Mouros, interrogado pelo juiz, confessou intrepidamente a razão da sua fé, o que irritou imediatamente o mouro, que mandou dar-lhe a morte e expor o seu cadáver para ser devorado pelos cães e pelas feras. († 854)
- Em Kiev, na Rússia, Santa Olga, avó de São Vladimiro, que foi a primeira do povo rurik a receber o Baptismo, no qual tomou o nome de Helena, e abriu ao povo da Rússia o caminho para Cristo. († 969)
- No mosteiro de Grand-Selve, próximo de Toulouse, na França, o Beato Beltrão, abade, que, desejando estabelecer uma disciplina regular, agregou o seu mosteiro à Ordem Cisterciense. († 1149)
- Em Viborg, na Dinamarca, São Quetilo, presbítero e cónego regular, que dirigiu com suma diligência a escola capitular e foi insigne exemplo de vida monástica. († c. 1150)
- Em Lincoln, na Inglaterra, a comemoração dos beatos Tomás Benstead Tomás Sprott, presbíteros e mártires, que, no reinado de Isabel I, num dia incerto deste mês, foram condenados à morte por causa do seu sacerdócio. († 1600)
- Em Orange, na Provença, região da França, as beatas Santa Pelágia de São João Baptista (Rosália Clotilde Bès), Teotista Maria (Maria Isabel Pélissier), São Martinho (Maria Clara Blanc) e Santa Sofia (Maria Margarida de Barbegie d’Albarède), virgens e mártires por Cristo durante a Revolução Francesa. († 1794)
- Em Liugongyn, localidade próxima de Anping, no Hebei, província da China, as santas Ana An XinzhiMaria An GuozhiAna An Jiaozhi Maria An Lihua, virgens e mártires, que, por recusarem terminantemente passar ao paganismo, foram degoladas durante a perseguição desencadeada pelos sectários “Yihetuan”. († 1900)

Fontes:
Catedralgo.org.br
- Martirológio Romano – liturgia.pt
- www.vaticannews.va

– Produção e edição: Bianca Vargas

São Bento de Nórcia

São Bento de Nórcia
480-547

Fundou a Ordem dos
Monges Beneditinos

As informações sobre a vida de Bento nos foram transmitidas pelo seu biógrafo e contemporâneo, papa são Gregório Magno. No livro que enaltece o seu exemplo de santidade de vida, ele não registrou as datas de nascimento e morte. Assim, apenas recebemos da tradição cristã o relato de que Bento viveu entre os anos de 480 e 547.
Bento nasceu na cidade de Nórcia, província de Perugia, na Itália. Pertencia à influente e nobre família Anícia e tinha uma irmã gêmea chamada Escolástica, também fundadora e santa da Igreja. Era ainda muito jovem quando foi enviado a Roma para aprender retórica e filosofia. No entanto, decepcionado com a vida mundana e superficial da cidade eterna, retirou-se para Enfide, hoje chamada de Affile. Levando uma vida ascética e reclusa, passou a se dedicar ao estudo da Bíblia e do cristianismo.
Ainda não satisfeito, aos vinte anos isolou-se numa gruta do monte Subiaco, sob orientação espiritual de um velho monge da região chamado Romano. Assim viveu por três anos, na oração e na penitência, estudando muito. Depois, agregou-se aos monges de Vicovaro, que logo o elegeram seu prior. Mas a disciplina exigida por Bento era tão rígida, que esses monges indolentes tentaram envenená-lo. Segundo seu biógrafo, ele teria escapado porque, ao benzer o cálice que lhe fora oferecido, o mesmo se partiu em pedaços.
Bento abandonou, então, o convento e, na companhia de mais alguns jovens, entre eles Plácido e Mauro, emigrou para Nápoles. Lá, no sopé do monte Cassino, onde antes fora um templo pagão, construiu o seu primeiro mosteiro.
Era fechado dos quatro lados como uma fortaleza e aberto no alto como uma grande vasilha que recebia a luz do céu. O símbolo e emblema que escolheu foram a cruz e o arado, que passaram a ser o exemplo da vida católica dali em diante.
As regras rígidas não poderiam ser mais simples: "Ora e trabalha". Acrescentando-se a esse lema "leia", pois, para Bento, a leitura devia ter um espaço especial na vida do monge, principalmente a das Sagradas Escrituras. Desse modo, estabelecia-se o ritmo da vida monástica: o justo equilíbrio, do corpo, da alma e do espírito, para manter o ser humano em comunhão com Deus. Ainda, registrou que o monge deve ser "não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não detrator, não murmurador".
A oração e o trabalho seriam o caminho para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade sobre as ruínas do Império Romano que acabara definitivamente. Nesse período, tão crítico para o continente europeu, este monge tão simples, e por isto tão inspirado, propôs um novo modelo de homem: aquele que vive em completa união com Deus, através do seu próprio trabalho, fabricando os próprios instrumentos para lavrar a terra. A partir de Bento, criou-se uma rede monástica, que possibilitou o renascimento da Europa.
Celebrado pela Igreja no dia 11 de julho, ele teria profetizado a morte de sua irmã e a própria. São Bento não foi o fundador do monaquismo cristão, que já existia havia três séculos no Oriente. Mas merece o título de "Pai do Monaquismo Ocidental", que ali só se estabeleceu graças às regras que ele elaborou para os seus monges, hoje chamados "beneditinos". Além disto, são Bento foi declarado patrono principal de toda a Europa pelo papa Paulo VI, em 1964, também com justa razão.
Fonte: Paulinas em 2015

São Bento

Hoje comemoramos São Bento, nascido em Nórsia, na Úmbria, por volta do ano 480. Homem amante das coisas concretas e claras, Bento resumia sua Regra num lema eficaz: Ora e trabalha, restituindo à ascese cristã o caráter de contemplação e ação, conforme o espírito e a letra do Evangelho. Após concluir seus estudos em Roma, retirou-se para o monte Subíaco e se entregou à oração e à penitência. Ele é o fundador do importantíssimo mosteiro do Monte Cassino, onde escreveu ali sua famosa Regra como o verdadeiro monge devia ser - assim se lê no segundo capítulo da Regra: "Não soberbo, não violento, não comilão, não dorminhoco, não preguiçoso, não murmurador, não detrator... mas casto, manso, zeloso, humilde, obediente".
Depois de meditações e penitências, teve breve estada entre os monges de Vicovaro, que o elegeram pior e depois tentaram desfazer-se dele, envenenando-lhe a bebida, pois estavam descontentes com a disciplina que lhes havia imposto. Com um grupo de jovens, emigrou para Nápoles, escolhendo sua morada no sopé da Montanha de Cassino, onde edificou o primeiro mosteiro, fechado dos quatro lados, como uma fortaleza e aberto à luz do alto como uma grande vasilha que recebe do céu a benéfica seiva para depois despejá-la no mundo. O emblema monástico, a cruz e o arado tornou-se a expressão deste novo modo de conceber a ascese cristã - oração e trabalho - para edificar espiritual e materialmente a nova sociedade, sobre as ruínas do mundo romano.
São Bento morreu no dia 21 de março do ano 547. Duzentos anos após a sua morte, a Regra beneditina havia espalhado pela Europa inteira, tornando-se forma de vida monástica durante toda a Idade Média. Em 1964, o Papa Paulo VI, declarava São Bento padroeiro principal da Europa, tributando desse modo justo reconhecimento ao santo a quem a civilização européia deve muito.
Oremos: A Cruz Sagrada seja minha luz, Não seja o dragão o meu guia, retira-te satanás. Nunca me aconselhes coisas vãs, e mau que tu me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos.

São Bento, Patriarca dos Monges do Ocidente


INSTITUIU A REGRA  DOS BENEDITINOS (O.S.B.)

Comemoração Litúrgica: 11 de julho.

Também nesta data: São Pio I, Papa; Santo Olivério Plunket e Santa Olga

Bento, Patriarca de inúmeros religiosos, nasceu na Umbria no ano de 480, aproximadamente. Era filho de pais ilustres que não pouparam sacrifícios para dar-lhe esmerada educação. Contrário à inclinação natural da idade, desde menino São Bento mostrava aversão Logo que o desenvolvimento espiritual do menino o permitiu, levaram-no os pais a Roma, com o fim de encetar estudos numa escola pública. O meio em que as circunstâncias o obrigaram a viver, não lhe agradou e, receando o naufrágio de sua inocência, em companhia de tantos moços, que levavam vida repreensibilíssima, resolveu cortar todas as relações com o mundo. Para pôr em seguro a salvação, abandonou Roma e retirou-se para um lugar ermo.
A aia, que lhe era muito dedicada, acompanhou-o trinta milhas, até uma aldeia de nome Afila. São Bento, subtraindo-se à vigilância de boa mulher, escondeu-se no ermo de Subíaco. Jovem de 15 anos apenas, encontrou-se São Bento com o eremita Romano, que lhe deu o hábito de monge, instruindo-o sobre a vida regular e os respectivos deveres. Em seguida levou-o a uma gruta bem retirada, na serra, desconhecida e de difícil acesso.
Foi esta gruta, chamada gruta santa, que escolheu para morada. Romano prometeu-lhe a mais estrita reserva sobre o esconderijo e também trazer-lhe a provisão necessária de mantimentos. Três anos passou São Bento naquela gruta, sem receber visita, a não ser de Romano. Deus, porém, querendo fazer brilhar a luz da santidade de seu servo, pôs a descoberta a existência do jovem eremita. Um sacerdote daquela região, estando a preparar a refeição, ouviu uma voz dizendo: "Estás preparando teu jantar, quando meu servo Bento morre de fome no deserto". O servo de Deus pôs-se a caminho, em procura do Santo e só superando inúmeras dificuldades o encontrou. Bento, admiradíssimo de receber visita, não quis conversar com o desconhecido, senão depois de ter passado algum tempo com ele em oração. O sacerdote ofereceu-lhe em seguida comida e insistiu para que ele se alimentasse, pois não achava conveniente o jejum em dia da Páscoa. São Bento ignorava esta circunstância. Terminada a refeição, o sacerdote retirou-se. Tempos depois o paradeiro de São Bento foi descoberto por pastores. Estes, vendo-o, julgaram estar diante de um animal feroz, engano causado pela pele de animais com que São Bento se cobria, e pelo fato inesperado de encontrar-se um ser humano nos rochedos de Subíaco, por todos classificados de inabitáveis. Assim foi aos poucos conhecida a morada do Santo nos rochedos de Subíaco, em particular a gruta, que se tornou alvo da visita de muita gente, que lá ia para receber conforto e conselho do santo eremita.
Quem julga ser ermo o lugar inacessível a tentações, engana-se. A gruta de Subíaco, tão afastada do bulício do mundo, foi teatro de lutas horríveis. O demônio, que perseguiu o Divino Mestre até o deserto, descobriu também o esconderijo de São Bento, e tudo fez para demover o santo do caminho de Deus. Ora importunava-o com a aparição de um pássaro preto; ora eram os jogos de fantasia, com que projetava diante da alma do jovem as imagens mais sedutoras da vida de Roma. A tentação era tão forte, que foi preciso Bento lutar com a máxima energia, para não deixar o ermo e voltar ao mundo. Para extinguir o fogo da paixão e quebrar o aguilhão da tentação, São Bento revolvia-se em espinhos, conseguindo por estes meios extraordinários a vitória do espírito sobre a carne.
Devido à fama de santidade, foi enorme o número de pedidos dos que desejavam viver sob a direção do santo eremita. Após muitos rogos insistentes, aceitou a dignidade de abade do Convento de Vivaro. A disciplina daquele convento, porém, estava tão corrompida, que São Bento se viu obrigado a proceder com bastante rigor, no intuito de reconduzir os monges relaxados à observância fiel da regra. Formou-se entre os religiosos tão estranhada antipatia contra o santo superior, que terminou por degenerar em ódio. Para livrar-se-lhe da vigilância, conceberam o plano sinistro de matá-lo. Adicionaram forte dose de veneno ao vinho, que ia ser apresentado a São Bento. Quando este, porém, conforme o seu costume de benzer o alimento antes de o tomar, fez o sinal da cruz sobre a bebida, o copo partiu-se. Longe de se irritar com este fato, disse aos irmãos: "Deus vo-lo perdoe, meus irmãos. Tendes agora a prova de que tive razão, quando, logo no princípio, vos disse que os meus costumes não combinavam com os vossos".
São Bento abandonou o convento dos monges rebeldes e voltou para Subíaco. Lá o número dos discípulos crescia-lhe de dia para dia de modo que, em poucos anos, foi preciso fundar doze conventos. São Gregório fala de muitos milagres, que São Bento fez na época da fundação dos mosteiros. As famílias mais nobres de Roma, confiavam os filhos à direção do santo homem. Os santos Plácido e Mauro , ambos filhos de senadores de Roma, figuraram entre os primeiros educandos de São Bento.
O inimigo de Cristo via com grande desgosto os progressos da nova Ordem, e não se descuidou de armar-lhe o laço. O instrumento de que se serviu, foi um mau sacerdote, vizinho de Subíaco. Florêncio, assim se chamava a infeliz criatura, espalhou horríveis calúnias contra o Santo. São Bento não teve outra resposta, senão o silêncio. Receando que sua presença pudesse irritar ainda mais o mau gênio de Florêncio, saiu de Subiaco e fixou residência em Monte Cassino. Mal tinha saído de Subíaco, quando teve notícia da morte repentina do caluniador, soterrado nos escombros de uma casa.
No cume do Monte Cassino existia um templo do deus Apolo e perto do templo havia um bosque, consagrado à mesma divindade. Templo e bosque gozavam ainda de grande veneração. Vexado com este resto de paganismo São Bento começou a pregar o santo Evangelho. A pregação e os numerosos milagres que fazia, converteram muitas pessoas. O templo foi derrubado e nas ruínas se ergueram dois conventos, sob a invocação de São João Batista e São Martinho. Tal é a origem do célebre mosteiro de Monte Cassino, fundado em 529, quando São Bento contava 49 anos de idade, sendo Justiniano imperador, Papa Felix III, e Rei da Itália Atalárico, chefe dos Godos.
São Bento não possuía a ciência das coisas profanas; tanto mais versado era na ciência de Deus e da salvação. Em Monte Cassino escreveu a admirável regra para a vida monástica. Nesta obra monumental São Bento revelava um profundo conhecimento da alma humana e da ciência que a conduz ao ápice da perfeição. São Gregório encantava-se com o espírito de sabedoria e modéstia desta regra e não hesitava em preconizá-la entre todas a primeira. A regra de São Bento foi adaptada por todos os monges do Ocidente e conservou-se por muito tempo como base da vida monástica. Eis o que prescreve a dita regra: o silêncio, a oração, o trabalho, o recolhimento, a caridade fraterna e a obediência. São Bento chamava sua Ordem escola para aprender a servir a Deus. Ele mesmo mostrou pelo exemplo a excelência da obra. Sendo superior da Ordem, era para todos os filhos o modelo de monge exemplar. Como outro Moisés, escolhido por Deus para conduzir o povo eleito, de Deus recebeu o dom dos milagres e da profecia, para autenticar-lhe a alta missão. A natureza era-lhe sujeita e o segredo das coisas futuras desvendava-lhe ante os olhos.
Na presença de muito povo chamou a vida um noviço, cujo cadáver foi tirado dos escombros de um muro desmoronado. Predisse que o mosteiro de Monte Cassino seria profanado e destruído, o que aconteceu no ano de 850, por ocasião da invasão dos Lombardos e na grande guerra mundial, em 1944.
Totila, rei dos godos, quis provar o espírito profético do Santo, e ordenou a um dos oficiais, chamado Rigo, que se apresentasse a São Bento em traje real e com a comitiva da corte. Rigo compareceu na presença de São Bento, o qual vendo-o sem se levantar da cadeira, lhe disse: "Meu filho, tira a vestimenta que usas, porque não é tua".
Totila, sabendo deste fato, foi ter o abade de Monte Cassino e admirou-se grandemente, vendo-se recebido pelo Santo com estas palavras: "Já praticastes muitos males e como vejo, maiores ainda praticarás. Hás de tomar Roma, transpôr o mar e reinar por espaço de nove anos. No décimo ano morrerás e comparecerás perante o tribunal de Deus, onde darás conta de tudo o que fizeste". Esta profecia cumpriu-se em todos os detalhes. Totila assustou-se bastante com as palavras do Santo Patriarca, a cujas orações se recomendou. Tendo tomado mais tarde Nápolis, tratou os prisioneiros com uma caridade tal, que não se poderia esperar de um rei bárbaro.
São Bento morreu no mesmo ano que sua irmã Santa Escolástica, porém depois dela, e um ano depois da visita do Rei Totila. Predisse a sua morte e seis dias antes mandou abrir a sepultura. No sexto dia da doença foi levado à Igreja, para receber os últimos sacramentos. Depois de ter feito umas exortações aos religiosos, de pé e as mãos elevadas ao céu, exalou o espírito, em 21 de março de 543, tendo a idade de 63 anos. Grande parte das relíquias descansam no Mosteiro de Monte Cassino hoje completamente restaurado. As outras foram transportadas para a abadia de Fleury, na França.
Reflexões:
- Em muitas coisas podes imitar o santo exemplo do grande Patriarca. Se não te é dado viver, como ele, afastado do mundo, servindo a Deus na solidão, não te será difícil fazer do Domingo um dia de recolhimento espiritual, dedicando-te mais do que nos outros dias a práticas de caridade e piedade. Além de assistir à santa Missa, poderias fazer uma leitura espiritual, visitar um doente, fazer uma visita ao SS. Sacramento e examinar mais dedicadamente o estado de tua alma.
- Um olhar precipitado e imprudente que São Bento, moço ainda e quando no mundo lançou sobre uma pessoa do outro sexo, causou-lhe grandes tentações. Para debelá-las, foi preciso castigar severamente o corpo e fazer dura penitência. Engana-se e está no caminho para o pecado, quem supõe poder dar toda a liberdade aos olhos. Jó dizia: "Eu fiz um pacto com os meus olhos, para que não fixassem culposamente sobre uma donzela". Quem não põe um freio aos olhos, mais cedo ou mais tarde verá o inimigo, (a fera de que fala São Pedro), em sua casa. Nesta matéria, todo cuidado é pouco. A concupiscência, a inclinação má e natural aos pecados carnais, é a inimiga mais terrível que temos. Quem se meter a brincar com ela, tornar-se-á seu escravo; a queda será certa, certíssima.
- Poderás imitar São Bento pelos bons exemplos e zêlo que deves dar a teu próximo, principalmente às pessoas da tua família. Diz São Paulo, que aquele que não se interessa pelo bem estar das pessoas de sua convivência íntima, é pior que pagão.
Fonte: Página Oriente em 2016

São Bento (de Núrsia)

NascimentoNo ano 480
Local nascimentoNúrsia, Itália
OrdemPároco, fundador da Ordem Beneditina
Local vidaEm desertos e Monte Cassino (Itália)
EspiritualidadeFilho de latifundiários da província de Núrsia, em sua juventude foi a Roma estudar uma formação liberal. Vendo que o mundo não satisfazia, passou a ser anacoreta, ou seja, fugiu para a solidão em Subiaco, numa vida ascética. Também por esta razão seria chamado depois "Pai do monasticismo ocidental" Viveu como eremita por muitos anos num região rochosa e agreste da Itália. Residia por aquele ocasião em Vicovaro, em Tívoli e em Subiaco, uma comunidade de monges, cujo pároco havia falecido. Decidiram pedir a São Bento que ocupasse seu lugar. Ao princípio recusou-se, porém logo após aceitou pela insistência. Prontamente pôs em evidência que as estritas noções de disciplina monástica que São Bento observava, não se ajustavam a deles, porque queria que todos vivessem em celas perfuradas nas rochas. O mesmo dia retornou a Subiaco, não para continuar numa vida retirada e sim com o propósito de começar a grande obra para a quem Deus o havia preparado durante esses três anos de vida oculta. Não tardaram em reunir ao seu redor os discípulos atraídos por sua santidade e por seus poderes milagrosos. São Bento começou então aquele grande plano de "reunir naquele lugar a muitas e diferentes famílias dos santos monges dispersos em vários mosteiros e regiões, a fim de fazer deles um somente rebanho segundo seu próprio coração, para uni-los numa casa de Deus sob observância regulamentar e em permanente louvor ao nome de Deus" Portanto, colocou a todos os que desejavam obedecer nos 12 mosteiros feitos de madeira, cada um com seu prior. Mantinha a suprema direção sobre todos e vivia com alguns escolhidos, que desejava formar com especial cuidado. Por causa de alguns problemas com o sacerdote Florêncio, mudou-se para o Monte Cassino. Nesta região, sobre as ruínas do templo de Apolo, - ao qual os habitantes deste lugar rendiam culto antes de seu chegada - construiu duas capelas e o mosteiro de Monte Cassino, ao redor do ano 530. Daí partiu a influência que iria se tornar tão importante na cristianização e civilização da Europa pós-romana. Foi talvez durante este período que começou a concretizar sua "Regra", a quem está dirigida a todos aqueles que, renunciando a sua própria vontade, façam sobre si "a forte e brilhante armadura da obediência para combater sob as bandeiras de Cristo, nosso verdadeiro Rei". Prescreveu uma vida de oração litúrgica, estudo e trabalho, portando-se na comunidade e como um padre comum. São Bento predisse o dia de sua morte; no último dia recebeu o Corpo e a Sangue do Senhor. Foi enterrado junto a sua irmã, santa Escolástica, no local onde antes se levantava o altar de Apolo que ele mesmo destruiu, em Monte Cassino. Duzentos anos após, no tempo de Carlos Magno, a regra beneditina tinha se propagado por toda a Europa, exceto a Península Ibérica e eliminado todas as outra regras. Uma delas era oito horas de sono sem interrupção, três horas e meia dedicadas ao ofício divino e outras quatro ao estudo das coisa divinas e seis horas ao trabalho.Este equilíbrio mostrava sua moderação e profunda sabedoria como homem e fundador.
Local morteNápoles, no sopé do Monte Cassino
MorteNo ano 547, aos 66 anos de idade
Fonte informaçãoSanto nosso de cada dia, rogai por nós
OraçãoDeus eterno e poderoso, vós distinguistes o vosso servo Bento com preciosas graças, fazei que, seguindo seu exemplo, possamos merecer sempre, a sua proteção, e no céu participar a sua glória. Por Cristo Nosso Senhor. Ó glorioso Patriarca São Bento, que vos mostrastes, sempre compassivo com os necessitados, fazei que também nós, recorrendo à vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições; que nas famílias reine a paz e a tranqüilidade; que se afastem de nós todas as desgraças tanto corporais como espirituais, especialmente o mal do pecado. Alcançai do Senhor a graça que vos suplicamos finalmente, vos pedimos que ao término de nossa vida terrestre possamos ir louvar à Deus convosco no Paraíso. Amém.
DevoçãoOração e trabalho
PadroeiroDa Europa, crianças da escola, envenenamento
Outros Santos do diaAlberto, Aleto, Amável, Berrano, Basino (ab.); João (bispo); Idulfo (ab.); Leôncio (bispo); Marciano (márt.); Olga, Piol (papa); Sabino, Sidrônio (márts.); Segisberto (er.); Plácido (mártir).
Fonte: ASJ em 2015

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